Rio
– Um prédio de seis andares, onde funcionavam um restaurante, um chaveiro e um hotel, desabou por volta das 15h20 de ontem na Rua Primeiro de Março, no centro do Rio de Janeiro. Os bombeiros informaram que havia pessoas soterradas no local e até o começo da noite trabalhavam no resgate. Ambulâncias, uma escavadeira, 30 bombeiros, a Defesa Civil e a Polícia Militar, em um total de 150 pessoas, tentavam resgatar as vítimas. O prédio do hotel Rosário era parte do corredor cultural do centro do Rio.O Corpo de Bombeiros removeu um número não confirmado de feridos dos escombros. Três pessoas foram atendidas no hospital Souza Aguiar. Um homem de 60 anos foi pisoteado com o tumulto, um outro de 42, além da uma jovem de 18 anos que teve uma crise nervosa. Segundo os bombeiros, apenas as pessoas que estavam no restaurante conseguiram sair do prédio antes que ele desabasse, mas os funcionários do hotel ficaram no edifício.
A polícia isolou a área, pois a situação ainda é de risco, com pedestres nas proximidades. A região tem vários prédios antigos, e todos os edifícios do quarteirão foram evacuados. Um prédio vizinho ao que desabou corre sério risco de também desabar. O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Sérgio Aguiar, acompanhou no local o trabalho da equipe de resgate. Os bombeiros utilizaram cães farejadores e equipamentos sensíveis para a captação de sons, que podem identificar vida. A área foi iluminada, e a previsão era de os trabalhos continuarem na madrugada.
O vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, Jacques Cheric, acredita que o desabamento se de a uma falha na estrutura do restaurante, que estava em obras. Esta falha pode ter comprometido o prédio e ocasionado o desabamento, além do agravante da chuva que cai há mais de dois dias no Rio. Cheric afirmou que não havia autorização para a obra. Além disso o copeiro Leandro da Silva, de um restaurante que fica ao lado do prédio, disse que, após o início da obra, há um mês, começaram a aparecer rachaduras nas paredes do edifício.
O trânsito no centro do Rio ficou tumultuado por causa do acidente. A rua Primeiro de Março foi totalmente fechada, e o Hospital Souza Aguiar ficou de prontidão para receber as vítimas. “O prédio começou a balançar e muitas pessoas sairam de dentro dele, mas ficaram na frente”, disse Marco Antônio Marrao
Outros pedestres que presenciaram o desabamento contaram, sujos de poeira, que a cena lembrava as imagens vistas na televisão na época do atentado ao World Trade Center, que ocorreu em 11 de setembro de 2001, em Nova York. O estudante Gustavo Furquim, do prédio ao lado, disse que nunca viu nada igual. “Corria, e a poeira vinha atrás de mim. Parecia a queda do World Trade Center”.
