Apesar das insatisfações do PR, o governo conseguiu contornar a bancada do partido que decidiu nesta quarta-feira (19) votar a favor da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Sem o atendimento das reivindicações da bancada, o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR), disse que deixará o cargo se o governo não cumprir o que prometeu. "Se sou bom líder para levar votos para o governo, tenho de ser um bom líder também para resolver os problemas da bancada", afirmou Castro, ao sair da reunião com os deputados do PR.
Os deputados resistiam em votar a favor do projeto para pressionar o governo a nomear os seus indicados para cargos no Executivo. A legenda reivindica cargos no Departamento Nacional de Infra-estrutura em Transportes (Dnit) de Santa Catarina, Sergipe e São Paulo, na diretoria de operações de Furnas, um cargo na Agência Nacional do Petróleo (ANP) e um cargo para o deputado Lúcio Alcântara (PR-CE) na área de energia.
"Pedi aos deputados um voto de confiança em mim. Estou me expondo. Se amanhã não resolver, é a minha cabeça que está a prêmio. Se o governo não resolver, eu deixo a liderança. Não me sentirei confortável se o governo não cumprir os compromissos que assumiu", disse Castro. Alguns deputados argumentaram que poderiam votar a favor da CPMF no primeiro turno hoje, mas esperariam o atendimento de suas reivindicações até a votação em segundo turno da emenda.
