Brasília – Em reunião na noite de quarta-feira, o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney (PMDB-AP) desataram um dos nós que atrapalhava a reforma ministerial. O PMDB aceitou abrir mão do Ministério das Comunicações, permitindo a indicação do deputado Ciro Nogueira (PP-PI), apadrinhado pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, para o lugar de Eunício Oliveira.

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Com isso, Roseana Sarney e Eunício Oliveira iriam para os ministérios das Cidades e da Integração Nacional, respectivamente, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda precisa bater o martelo. A ida de Ciro Gomes para o Ministério da Saúde, no lugar de Humberto Costa, e a do senador Romero Jucá (PMDB-RR) para a Previdência, no lugar de Amir Lando, já estão praticamente certas e teriam sido aceitas por Lula. Ainda falta resolver o caso da Coordenação Política. Nos últimos dias, cresceu o movimento para a permanência de Aldo Rebelo.

Em tom de despedida, Humberto Costa fez um balanço ontem do trabalho realizado no programa de controle da tuberculose, para uma platéia de secretários estaduais de Saúde. Após o discurso, Costa voltou a dizer à imprensa que não cabe a ele decidir sobre reforma ministerial e que qualquer decisão tomada pelo presidente Lula será bem aceita por ele. ?Esse assunto de reforma ministerial não me diz respeito. O presidente tem que ter absoluta e total liberdade para decidir. Qualquer decisão do presidente Lula terá o meu apoio integral?, disse. O ministro afirmou que não está chateado com as especulações na imprensa sobre sua demissão e divulgação de nomes de prováveis sucessores.

?Estou tranqüilo. Não me cabe tecer comentários, achar bom ou ruim. O presidente tem que estar livre para fazer a mudança que considerar melhor para o Brasil. Meu compromisso é com o governo e com o presidente Lula?, disse, já conformado com a demissão.

Azedando

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Tudo parece tranqüsilo, mas pode azedar. As indefinições dentro do PT e a situação da Coordenação Política do governo são os dois principais problemas que impedem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de encerrar nesta semana a reforma ministerial. O presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), culpou ontem o PT pela demora na reforma e disse que a sigla não quer abrir mão de nenhum de seus ministérios. ?Vai ser uma reformeta. O PT não deixa o governo avançar?, criticou.

Falta para o presidente Lula definir o que fazer com a Coordenação Política. O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) é o mais cotado para assumir a pauta em lugar de Aldo Rebelo. O ex-presidente da Câmara, no entanto, está resistindo a aceitar o cargo porque não quer abrir mão da disputa ao governo de São Paulo em 2006. Outra dúvida é o destino político do ministro Aldo Rebelo. É dada como certa sua saída da Coordenação Política. Rebelo está magoado com o tratamento recebido no governo e não pretende aceitar nenhum outro cargo oferecido pelo Planalto. 

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