O prefeito de Porto Alegre, João Verle (PT), informou hoje que o município deverá destinar R$ 1,5 milhão como apoio financeiro para o Fórum Social Mundial (FSM), que terá a terceira edição na capital gaúcha, entre 23 e 28 de janeiro. Este ano, a prefeitura contribuiu com R$ 800 mil, mas Verle disse que a verba acompanhará o crescimento do fórum, que teve 60 mil participantes em janeiro.
Os organizadores esperam perto de cem mil participantes no evento. O orçamento preliminar do FSM de 2003 está em R$ 8 milhões. O evento contou, até agora, com três fontes básicas de financiamento: o pagamento dos participantes, o apoio de organismos internacionais e recursos dos governos estadual e municipal. O prefeito de Porto Alegre afirmou que o suporte do governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, também será buscado.
Verle disse que interessa ao Brasil contar com um fórum deste porte. O FSM gerou, diretamente, R$ 2,2 milhões em receita tributária na segunda edição, de acordo com as estimativas oficiais, mas o volume movimentado ficou entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões, considerando as despesas de hospedagem, alimentação e serviços que se beneficiam do evento.
Os organizadores do FSM também contam com um auxílio maior de fundações e organizações não-governamentais (ONGs) em 2003, a partir da visibilidade e do envolvimento que o fórum ganhou com a promoção de reuniões regionais, como o 2.º Fórum Social Africano, entre 15 e 19 de dezembro, e o Fórum Social Asiático, de 2 a 7 de janeiro.
“Com as eleições no Rio Grande do Sul, surgiu uma dúvida sobre o suporte do governo do Estado em relação ao fórum”, observou o prefeito. Verle disse que conversou com o governador eleito, Germano Rigotto (PMDB), e ele reiterou o apoio ao FSM. “Ele assegurou-me que o governo tem o maior interesse em manter o fórum”, relatou.
“Vamos tranqüilizar as organizações não-governamentais de que Porto Alegre mantém e garante a realização do FSM”, disse ele, que viajará amanhã (1.º) para a Itália, onde acompanhará os Fóruns Europeus de Autoridades, a partir de domingo (3), e Social Europeu, entre quarta-feira (6) e dia 10.
Na conversa, Rigotto voltou a afirmar que gostaria de ver o fórum mais aberto. Verle disse ter argumentado que o município ou o Estado não determinam nem influenciam os temas em discussão. O prefeito lembrou que o evento foi concebido como oposição às políticas neoliberais e são mínimas as chances de que venha a ouvir propostas nesta linha.
Verle disse que pretende convidar Lula para o 3. º Fórum de Autoridades Locais pela Inclusão Social (FAL), que será realizado entre 21 e 22 de janeiro. O evento acompanha o FSM, mas, ao contrário do encontro da sociedade civil, é destinado a governos e especialistas em questões municipais. Outro acontecimento paralelo ao FSM é o Acampamento da Juventude. Em 2003, a infra-estrutura será preparada para receber 30 mil jovens, o dobro de 2002.