O rápido envelhecimento da população de mais de 80 anos e o maior número de mulheres idosas estão entre as conclusões do Diagnóstico do Envelhecimento no Brasil. O estudo, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, foi divulgado ontem durante o seminário Projeto Pessoas Idosas, Dependência e Serviços Sociais.
De acordo com o professor de gerontologia da Universidade Católica de Brasília (UCB) Vicente Faleiros, que ajudou a elaborar o relatório, está havendo um crescimento maior da população com mais de 80 anos do que o conjunto geral de idosos. As doenças de caráter degenerativo (como Alzheimer e Parkinson) também estão predominando em relação às doenças de caráter infeccioso na população idosa. ?Enquanto o conjunto dos idosos está aumentando em torno de 3,5% ao ano, os idosos com mais de 80 anos estão aumentando 4,7% ao ano. Então, já temos no Brasil hoje os idosos jovens, que são os idosos de 60 até 70 anos, os idosos medianamente idosos, de 70 a 80 anos, e os muito idosos?, explicou.
O subsecretário de Promoção Humana da SEDH e presidente Nacional do Conselho do Idoso, Perly Cipriano, afirmou que o envelhecimento é um fenômeno mundial. Segundo ele, há hoje no mundo 600 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
O Brasil tem 18 milhões de idosos nessa faixa etária, mas, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), para 2020, a estimativa é de que 12% da população brasileira seja de idosos, cerca de 31 milhões de pessoas. ?Então, é preciso que a sociedade se prepare para esse fenômeno. As pessoas estão vivendo mais, mas precisam viver mais com qualidade de vida?, disse Cipriano.