São Paulo – Raul Pont, candidato da Democracia Socialista à presidência do PT, não descarta a presença de acusados de corrupção na direção partidária, mas diz que todos têm de ser investigados pela Comissão de Ética do PT. Pont afirmou que não fica incomodado com a possibilidade de a presença de militantes acusados de corrupção dividir o diretório nacional. "Todas as pessoas arroladas nas denúncias devem ser averiguadas pela Comissão de Ética do PT, independentemente do resultado das investigações. Uma coisa não elimina a outra. Mas é lógico que, se as pessoas forem condenadas, elas perderão os direitos políticos", diz ele.
O candidato da ala esquerda do partido também não acredita que a presença no diretório nacional de alguém como o ex-ministro José Dirceu, que mantém uma forte influência sobre o partido há dez anos, no mínimo, possa impedir uma eventual renovação do partido. "Há um processo de formação de uma nova corrente, uma nova força política no interior do Campo Majoritário. Pessoalmente, não tenho problema com pessoa alguma. Mas não vamos abrir mão da Comissão de Ética para todos os acusados", diz ele.
Pont, que tem apoio das demais tendências dissidentes do PT, afirmou que aceita a condição imposta pelo Movimento PT de cobrar uma declaração pública de apoio à reeleição do presidente Lula em troca do apoio no segundo turno. "Tenho dito que é evidente que, numa situação como a nossa, em que é possível a reeleição, a candidatura do Lula é natural. Mas temos que discutir isso à luz do momento político em que se dará a escolha do candidato", afirmou. Sobre a diferença entre ele e o candidato do Campo Majoritário, Pont disse que "Berzoini está sendo apoiado pelas mesmas forças políticas que vinham praticando a política que foi rejeitada pelos filiados".
