Coletar dados meteorológicos, como velocidade dos ventos e temperatura, e a medição da composição química da atmosfera são algumas das tarefas do novo módulo de pesquisas brasileiro a ser instalado em dezembro na latitude 85ºS, a cerca de 500 quilômetros do Polo Sul geográfico.

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Batizado de Criosfera 1, o módulo está recebendo as instalações de sistemas de energia e equipamentos no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) de São José dos Campos, a 80 km de São Paulo.

Financiado pelo Programa Antártico Brasileiro (Proantar), é o primeiro a ser instalado no interior antártico a funcionar 24 horas por dia, sem a emissão de poluentes, sendo sustentado por painéis solares e geradores eólicos. O módulo também irá funcionar sem a necessidade de técnicos acompanhando as operações, os dados serão enviados por satélites.

No primeiro ano de funcionamento, Criosfera 1 vai investigar as consequências climáticas da redução da camada de ozônio sobre o Polo Sul e o transporte atmosférico de poluentes para o ar da região.

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O projeto é coordenado pelo pesquisador Heitor Evangelista, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), com a participação de cientistas da Uerj, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do INPE.

“Estes equipamentos estão sendo desenvolvidos, integrados e testados aqui no INPE. Também faremos a adaptação dos sistemas para facilitar a logística na instalação do módulo no continente antártico e outros serviços para favorecer o trabalho e a convivência dos pesquisadores no período que irão permanecer no local”, explica Marcelo Sampaio, pesquisador do INPE que acompanhará a instalação do módulo no continente gelado, prevista para dezembro.

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A fase de testes no INPE deve ser finalizada ainda nesse mês. Depois, o módulo segue para Porto Alegre, iniciando a viagem para a latitude 85ºS. O módulo irá trabalhar junto com as pesquisas já realizadas há mais de 25 anos na Estação Antártica Brasileira de Comandante Ferraz, localizada a 62º de latitude sul, na borda do continente.

Com o Criosfera 1, o Brasil reforça seus estudos na Antártica, com foco no aquecimento global, gases do efeito estufa e a interação oceano-atmosfera.