Política industrial sai em até 15 dias, diz ministro

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse nesta quinta-feira (13) que a proposta da nova política industrial será apresentada semana que vem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deverá ser divulgada no prazo de 10 a 15 dias.

Segundo o ministro, todos os 25 setores industriais serão beneficiados, porém as medidas serão diferentes, conforme o setor. Entre os setores beneficiados ele citou o automotivo, saúde, tecnologia da informação, eletroeletrônicos, material de defesa e construção civil.

Ele evitou entrar em detalhes, mas confirmou que haverá estímulo à aquisição de bens de capital (máquinas e equipamentos), eliminação do Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição Para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre determinadas operações, ampliação da capacidade de financiamento às micro, pequenas e médias empresas e diminuição de burocracia.

O ministro explicou que um dos componentes na nova política é a tentativa de substituir importações. Para isso o governo pretende atrair empresas estrangeiras que produzam bens de alto valor agregado, vendidos em grande quantidade ao País.

Exportações

Além da política industrial, o ministro Miguel Jorge levará ao presidente Lula um conjunto de novas medidas destinadas especificamente a aumentar as exportações.

O ministro afirmou que a meta de exportações para este ano, fixada em US$ 180 bilhões, está mantida, por enquanto. Ele explicou que essa meta já leva em conta os efeitos da política industrial. Já as medidas adicionais de estímulo às exportações não estão no cálculo.

"Eu espero que essas medidas tenham impacto nas exportações este ano, mas não me arriscaria agora, no calor da batalha, dizer que teria impacto ou de quanto ele seria", disse o ministro.

Inflação

O ministro Miguel Jorge evitou entrar em confronto com a diretoria do Banco Central, que alertou, na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje, para o risco de aumento da inflação, devido ao crescimento da demanda.

"Por enquanto não vemos problema de demanda. Ela está sendo atendida", afirmou.

O ministro acrescentou que os bancos centrais de todo o mundo são conservadores por natureza e que não se deve esperar uma postura progressista dessas instituições. "O Banco Central está alertando para um risco que tem de ser avaliado permanentemente" disse.

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