Um ano após a proibição do fumo em locais fechados e cobertos no estado de São Paulo, especialistas apontam para novos desafios da política estadual de combate ao tabagismo. Profissionais ouvidos pela Agência Brasil, na véspera do primeiro aniversário da implantação da Lei Antifumo, afirmaram que o tratamento dos fumantes deve ser o novo foco de atenção do governo.

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Essa avaliação foi feita pelo próprio secretário estadual de Saúde, Nilson Ferraz Paschoa. Ele disse que a Lei Antifumo não é uma medida voltada para os fumantes, mas, sim, para a proteção dos não fumantes. Proibindo o fumo em bares e restaurantes, evita-se que pessoas que não fumam inspirem a fumaça que vem dos cigarros de outros frequentadores do local. Isso, entretanto, pouco colabora para que o fumante abandone seu vício e cure-se da dependência química, segundo Ferraz.

“O importante agora é ajudar aqueles que desejam parar de fumar”, disse ele. “Ajudar os fumantes para que eles possam sair da dependência é uma tarefa gradual que precisa ser feita.”

A psicologa Silvia Cury Ismael, coordenadora do Programa de Assistência Integral ao Fumante do Hospital do Coração (HCor), concorda com o secretário. Ela afirmou que, atualmente, há medicamentos que ajudam no combate ao vício. Porém, não são suficientes. “Existe a dependência psicológica”, explicou. “O fumante associa o cigarro a várias situações de seu cotidiano. Este é um dos problemas mais difíceis de se resolver.”

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Para a psicóloga, os hospitais públicos precisam ser inseridos no combate ao fumo. Silvia disse que só algumas instituições oferecem tratamento gratuito aos fumantes interessados em largar o vício. No HCor, por exemplo, um tratamento de três meses custa R$ 350, mais um custo mensal de cerca de R$ 400 com remédios. “Isso ainda é um problema”, afirmou. “O sistema público de saúde precisa oferecer tratamento.”