O investigador Augusto Pena acusou 20 policiais civis de corrupção em seu depoimento aos promotores do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), em Guarulhos (SP). Preso desde maio de 2008 sob a acusação de achacar lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC), o policial resolveu depor em troca de possível delação premiada, o que reduziria sua pena.
O policial contou que era o responsável por distribuir o dinheiro arrecadado pelo esquema criminoso e disse que foi ameaçado por um delegado, que teria tentado comprar seu silêncio. Ontem, Pena acusou o ex-secretário adjunto da Segurança Pública Lauro Malheiros Neto de receber propina dentro de seu gabinete. O dinheiro serviu para que fosse anulado o processo administrativo que levou à expulsão de três policiais civis do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic).
A defesa do ex-secretário informou que as declarações de Pena são levianas e que ele terá de provar o que o diz. Homem de confiança do secretário Ronaldo Marzagão, Malheiros Neto deixou a secretaria em maio de 2008, depois da prisão de Pena. Ontem, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Corregedoria da Polícia Civil abriu investigação para apurar as denúncias feitas pelo investigador contra os policiais e a suposta venda de sentença em processos administrativos para beneficiar policiais suspeitos.