Policiais rodoviários presos no Amazonas

Manaus – A Polícia Federal no Amazonas prendeu ontem dezoito policiais rodoviários federais supostamente envolvidos num esquema de liberação de veículos irregulares após pagamento de propina e mais 20 empresários e empregados de empresas de transporte suspeitos de pagarem ?pedágio? para a liberação de veículos e cargas.

Os 38 devem responder por extorsão, formação de quadrilha e corrupção ativa e passiva. Ainda na operação foram apreendidos do pátio de transportadoras supostamente envolvidas no esquema trinta caminhões e tratores com chassis e placas adulterados.

Segundo a PF apurou inicialmente, a passagem de uma carreta em condições irregulares, nos postos da Polícia Rodoviária Federal no Amazonas, podia custar de R$ 1 a R$ 2 mil. Não há levantamento de valores totais de quanto a quadrilha pode ter lucrado nos cinco anos em que durou o esquema investigado. ?O levantamento não é simples porque não havia um tesoureiro no esquema: a propina era dividida no momento do ilícito?, contou o delegado federal Osmar Tavares de Melo, responsável pela operação.

A operação Mercúrio – assim batizada por ser o nome do deus do comércio e do transporte de mensagens na mitologia greco-romana -, segundo Osmar de Melo, ainda não aponta indícios de que tenha havido, durante o tempo que durou o esquema investigado, facilitação no transporte rodoviário de drogas. ?Mas temos levantamento que houve passagem ilícita de madeira e carvão nesse período?, afirmou o delegado.

Durante a operação, um carro vindo do município de Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros de Manaus pela BR-174 (Manaus-Boa Vista), capotou com três policiais federais que traziam o policial rodoviário federal Jesus Pereira da Silva para cumprir a prisão temporária na sede da PF. Nenhum foi ferido gravemente.

Hoje, o suposto líder do grupo dos policiais, o policial rodoviário federal Jones Andrade Menezes, terá publicada sua exoneração do cargo de chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da Polícia Rodoviária Federal no Amazonas. Os outros dezessete envolvidos, segundo o corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Marcelo Gledson, serão afastados dos cargos enquanto durar a investigação.

Cerca de 305 policiais federais, entre eles 60 policiais rodoviários, participaram da operação que teve custo aproximado de R$ 51 mil. A operação começou no Amazonas às cinco horas da manhã de ontem, em Manaus e nos municípios de Presidente Figueiredo, Coari e Parintins.

Foram 44 mandados de busca e apreensão em escritórios e residências dos acusados, além dos 38 mandados de prisão temporária. A prisão dos envolvidos é por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco dias.

Um dos policiais rodoviários federais presos ontem, Carlos Eduardo Barroncas Lira, contava no esquema com a ajuda da mãe, Nice Barroncas Lira, que também está presa e é representante de uma empresa de transportes, a Lira.

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