Poucas horas depois da prisão em flagrante de dois ex-policiais militares e três policiais civis escoltando traficantes fugitivos da Favela da Rocinha, no Rio, uma guarnição de policiais do Batalhão de Choque conseguiu, sem disparar um tiro, prender o criminoso mais procurado do Rio e melhorar a combalida imagem da corporação.
Eles enfrentaram a “carteirada” de uma suposta autoridade diplomática e recusaram o oferecimento de propina – que começou com R$ 20 mil e chegou a R$ 1 milhão – para liberar o carro onde estava o traficante mais procurado do Rio, o chefe do tráfico na Rocinha, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, cuja recompensa pela captura oferecida pelo Disque Denúncia valia R$ 5 mil. “Mostramos que quem veste essa farda honra essa farda”, disse o cabo André Souza, do Batalhão de Choque.
O salário de um cabo da PM do Rio não ultrapassa R$ 1.500. Hoje, em entrevista coletiva, eles foram apresentados como heróis e aplaudidos de pé pela cúpula da Segurança Pública. “Nós acreditamos na missão até o final. O suposto cônsul honorário mostrou a carteira e disse que nem em situação de guerra seria obrigado por um policial a abrir o porta-malas. Ele não colaborou em nenhum momento. Foi muito importante o apoio dos superiores, pois não ficamos intimidados”, comentou o tenente Ronald Cadar.
A ação dos policiais ocorreu no mesmo dia que três policiais civis e dois ex-PMS foram presos em flagrante dando escolta para traficantes que tentavam fugir da Rocinha.