Policiais da Rota matam mais três em São Paulo

Policiais da Rota, espécie de grupo especial da PM paulista, mataram três homens, na tarde de hoje, num barraco na favela da Vila Maranhão, região de Sapopemba (zona leste de São Paulo).

Segundo a Rota, os três reagiram à prisão e houve confronto. Nenhum PM se feriu.

Com o caso de hoje, subiu para sete os mortos em supostos confrontos com PMs da Rota na área de Sapopemba, entre domingo e hoje.

Os três mortos, segundo a versão da Rota à Corregedoria da PM e à Polícia Civil, reagiram quando os PMs invadiram o local. Ainda segundo a Rota, o barraco era usado para o tráfico de drogas.

Dois revólveres, uma escopeta e uma pistola foram apresentadas pela Rota como usadas pelos mortos -todos com passagem pela polícia, juntamente com drogas.

Parentes e vizinhos das vítimas afirmaram à reportagem que os três mortos dormiam no barraco quando a Rota invadiu o lugar e que não aconteceu tiroteio.

A Corregedoria da PM e policiais civis do DHPP (departamento de homicídios), da Polícia Civil, também receberam a informação de moradores da região que uma equipe da Rota esteve no barraco há uma semana.

No começo da semana (noites de domingo e de segunda-feira), quatro outros homens foram mortos em duas ações distintas da Rota, também em Sapopemba.

A versão dos PMs para as quatro mortes à Polícia Civil é a mesma: os homens receberam ordem para parar os carros em que estavam, tentaram fugir, foram perseguidos e atiraram contra os policiais. Em todos os casos, os PMs da Rota não se feriram.

Ontem, reportagem da Folha de S.Paulo revelou que mortes cometidas pela Rota subiram 45% entre janeiro e maio deste ano (45 mortos), quando comparadas com o mesmo período de 2011 (31). A comparação com o mesmo período de 2010 (quando foram registradas 22 mortes) é maior: 104,5%.

Opção do criminoso

Hoje, o Comando-Geral da PM, por meio de nota oficial, afirmou que ao “se comparar os mortos em confronto com as prisões efetuadas durante resistências, chega-se à conclusão que a taxa de letalidade da Rota tem caído.”

“Ou seja, se houve aumento de mortes em resistências, isso se deveu ao aumento de operações em que houve confronto provocado pela reação de criminosos”, diz a nota.

“Neste ano, de janeiro a junho, a Rota prendeu 17 criminosos para cada criminoso que optou por enfrentar a polícia e faleceu, enquanto que em 2011 a relação foi de 15 criminosos presos para cada um que veio a falecer em função da opção do confronto armado”, continua a explicação.

“A PM lamenta todos casos com morte. Contudo, reafirma que esta opção é sempre do criminoso”, finaliza a PM.

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