A Polícia Civil de Goiás vai ouvir na terça-feira (17) Erica Barbosa, de 23 anos, sobre os possíveis motivos que levaram o companheiro dela, Kleber Barbosa da Silva, de 31 anos, a agredi-la com um extintor de incêndio, sequestrar a filha do casal, Penélope, de 5 anos, e roubar um avião bimotor na tarde de quinta-feira (12), em Luziânia. Pai e filha morreram na queda da aeronave, horas depois, no estacionamento de um shopping center de Goiânia.
Sob efeitos de sedativos e ainda se recuperando da agressão, Erica adiantou para familiares que no dia da tragédia teve uma discussão com Kleber. Logo que foi socorrida, avisou que a filha corria perigo. “Achem logo o Kleber, ele vai matar a neném”, disse, segundo relato da amiga Valquíria Nascimento.
Na manhã de sábado, ainda de cama, a mãe de Penélope leu notícias do acidente e ficou abalada quando soube que a Polícia Civil investiga a denúncia de que Silva teria estuprado uma adolescente de 13 anos na segunda-feira. “Eles eram apaixonados”, relata Valquíria. “É um momento desesperador para ela, que aos poucos está conhecendo o homem com quem viveu durante seis anos.”
Na quinta-feira, depois do casal passar dois dias em Caldas Novas, a 170 km de Goiânia, Silva pediu para a mulher faltar mais um dia aos estudos. “Ele pediu para Erica acompanhá-lo numa viagem para Anápolis”, disse Valquíria. Erica não teria dado detalhes da suposta discussão. Contou apenas que Penélope assistiu à agressão ocorrida logo em seguida. O delegado Manoel Borges, da 8ª DP de Goiânia, considera que a denúncia de estupro pode ter contribuído para que Silva cometesse a sequência de crimes no dia 12.