Polícia vai encaminhar peças do ônibus acidentado a perícia

A polícia encaminhará ainda esta semana para o Instituto de Criminalística da Capital a barra de direção e o sistema de freios do ônibus que tombou, bateu em rochedo e caiu em vala na Rodovia Mogi-Bertioga (SP-55) no fim da noite da última quarta-feira, 8. No acidente, 18 pessoas morreram e outras 16 ficaram feridas. O fretado transportava estudantes de Mogi das Cruzes para São Sebastião.

Nesta terça-feira, 14, uma nova etapa da perícia técnica será realizada no veículo que está estacionado em um pátio da Polícia Rodoviária. O horário da vistoria, porém, não foi divulgado. Ainda nesta semana, o delegado titular de Bertioga, Maurício Batista Júnior, pretende começar a ouvir os sobreviventes do acidente. Para isso, ele irá até a cidade do litoral norte. “Ainda não existe uma data definida”, disse.

Segundo ele, os testemunhos vão contribuir para elucidar as causas do acidente. Na última sexta-feira, o delegado ouviu a estudante Aline Jesus dos Santos e o motorista do carro que foi atingido pelo ônibus na estrada, Cezar Donizetti Vieira. Na ocasião, ela confirmou que o abaixo-assinado sem assinaturas encontrado em uma mochila era para pedir a saída do motorista Antônio Carlos da Silva da linha. Já Vieira contou como o ônibus raspou em seu carro e depois tombou na pista.

Os resultados da perícia e do exame toxicológico do motorista também serão fundamentais para finalizar o caso. A expectativa é que o laudo seja concluído em trinta dias.

Recordações

Nesta segunda-feira, 13, familiares das vítimas e sobreviventes foram até a delegacia-sede de Bertioga para recuperar os objetos que ficaram espalhados na pista. Mochilas, roupas e até um capacete estavam guardados em sacolas plásticas.

Na esperança de encontrar uma mensagem ou até mesmo mais uma foto como recordação, o ambulante Marcos Oliveira dos Santos esteve no DP para pegar o celular da filha Gabriela Silva Oliveira do Santos, de 22 anos, uma das vítimas do acidente. “Espero encontrar algo, são lembranças que não quero deixar”.

Ele recordou a última vez que falou com a estudante. “Foi no dia do acidente, logo cedo. Eu dei um abraço nela e fui trabalhar. Depois não encontrei mais ela”. Santos explica que a filha costumava ajuda-lo nos fins de semana na atividade de ambulante na praia. “Quem estará comigo agora? Tenho que ter força”.

O namorado de Gabriela, Vinícius de Araújo, de 23 anos, disse que o acidente foi uma fatalidade. “Era um dia normal. Fui até a casa dela ajudar em um trabalho da faculdade. Se eu tivesse segurado a Gabriela por dez minutos, ela não estaria longe agora.”

Já o estudante de engenharia civil da Universidade de Mogi das Cruzes, Wanderson da Silva Damásio, de 24 anos, acredita que nasceu novamente. “Deus me protegeu e me deu força para conseguir sair sozinho do ônibus. Peguei um celular emprestado e falei com a minha mulher para ela não ficar preocupada”.

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