Levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal mostra que às margens das rodovias federais existem pelo menos 1.819 pontos de risco para exploração sexual de crianças e adolescentes. São pátios de postos de gasolina, restaurantes, paradas de caminhões motéis e restaurantes, locais onde muitas vezes menores são explorados em troca de refrigerante ou um prato de comida. Fruto de um trabalho de prevenção feito pela polícia rodoviária, o guia foi lançado nesta quarta-feira (15), com o patrocínio da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"O roteiro ajuda a nortear o trabalho de policiais e, ao mesmo tempo, incentiva a mobilização dos donos de tais estabelecimentos, que não querem que sua imagem esteja associada à exploração", afirma o coordenador de controle operacional da Polícia Rodoviária Federal, Alvarez Simões.
Em 2005, foram destacados 844 locais considerados vulneráveis. No ano passado, o número saltou para 1.222. "Não significa que a exploração esteja pior. É o sistema de informação que está mais aprimorado", completou.
O trabalho divulgado hoje mostra que em Minas há maior número de locais de risco identificados: 290. No Amapá, por sua vez, não há dados disponíveis. Pelas informações prestadas, não existem pontos vulneráveis no Estado. "A região vai merecer uma atenção especial a partir de agora. No local, há muitas hidrovias, mas é claro que nas rodovias é possível encontrar pontos onde exploração sexual é praticada.
A coordenadora do Programa de Combate ao Tráfico de Pessoas da OIT, Thaís Dumet Faria, avalia que a vigilância não pode ser reduzida. Mas ressalta a importância de que ela venha acompanhada de um trabalho para proteção das famílias das crianças submetidas à exploração. "Caso contrário, o que ocorre é apenas uma mudança de local onde o crime é praticado ou da forma de aliciamento", conta.