Em ação conjunta das polícias Federal, Militar e Civil do Paraná e da Promotoria de Investigações Criminais (PIC) de Cascavel e Guaíra, pelo menos 36 pessoas foram presas até a tarde desta quarta-feira (6) nas regiões oeste do Paraná e de Santa Catarina, acusadas de participar de duas quadrilhas especializadas em contrabando, tráfico e roubo de veículos. Faltam ainda 10 mandados de prisão para serem cumpridos. Entre os presos da Operação Rota Oeste, estão sete policiais militares e seis civis paranaenses. Outros dois policiais civis estão foragidos.
Segundo a promotora da PIC em Cascavel, Fernanda Nagl Garcez, as investigações estenderam-se por cerca de um ano, em razão da complexidade das ações e da necessidade de se realizar várias interceptações telefônicas. Além disso, a quadrilha, que inicialmente era única, acabou tendo uma cisão depois da morte de um paraguaio que a chefiava, dividindo-se em duas, que passaram a ser concorrentes. Pelas investigações, alguns dos presos trabalhavam no roubo de veículos no Brasil, que eram passados para o Paraguai, utilizando o Lago de Itaipu.
Lá, os veículos eram adulterados e alguns retornavam. Junto vinham várias mercadorias contrabandeadas, sobretudo cigarros, além de armas e drogas. Elas eram direcionadas para o oeste e sudoeste do Paraná e oeste de Santa Catarina, de onde seguiam para o litoral catarinense e norte do Rio Grande do Sul. Para a promotora, a operação somente era possível porque os contrabandistas contavam com a colaboração dos policiais que exerciam várias funções. Os presos devem ser indiciados, entre outros, nos crimes de formação de quadrilha, tráfico de entorpecentes, contrabando, associação para o tráfico, roubo e receptação, e corrupção ativa e passiva.