Polícia pede prisão de 11 por quebra-quebra em Belo Monte

A Polícia Civil do Pará pediu a prisão preventiva de 11 pessoas por suspeita de participação no quebra-quebra registrado no último dia 16 em escritório da obra da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu.

Entre os suspeitos estão integrantes do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e do Movimento Xingu Vivo, grupo ambientalista que se opõe à construção da usina. A polícia não detalhou quantos ativistas estão entre os suspeitos.

Cimi e Xingu Vivo negam autoria e afirmam que não há provas contra seus integrantes no inquérito, que ainda está em curso.

Segundo a Polícia Civil, índios mundurucu e ativistas ambientais promoveram a invasão, em que houve danos a materiais de escritório, como computadores, e furto de celulares e notebooks.

O episódio ocorreu durante o evento Xingu +23, organizado na região pelo Xingu Vivo com o objetivo de protestar contra a construção da usina.

O pedido de prisão preventiva foi encaminhado à Justiça ontem e ainda não havia sido analisado até a publicação desta reportagem.

Na última sexta-feira, o advogado Marco Apolo Leão, presidente da SDDH (Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos), ingressou com pedido de habeas corpus preventivo para alguns dos suspeitos, pleito negado pela Justiça paraense.

O advogado disse que a polícia negou acesso da defesa a documentos do inquérito e que os suspeitos possuem residência fixa e “bons antecedentes judiciais”.

Em nota, o Xingu Vivo disse que a polícia quer “criminalizar” o movimento. Afirma que entre os suspeitos há um padre que abençoou o encontro Xingu +23, um pescador que teria tido a casa destruída pela obra e um documentarista que registrou o evento.

Paralisação

Na hidrelétrica de Belo Monte, continuam paralisadas as obras do canteiro Pimental, invadido por índios na última quinta-feira. Eles exigem o cumprimento de medidas socioambientais previstas pelo projeto.

Uma reunião está prevista para a próxima quinta-feira entre os índios e a Norte Energia, empresa responsável por Belo Monte.

O sítio Pimental abrigará uma casa de força complementar da usina. O local tem hoje cerca de 15% do total de trabalhadores da obra.

Belo Monte tem previsão de conclusão para 2019 e é uma das principais obras do governo federal em curso.

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