Rio – Sete granadas e dois fuzis foram apreendidos pelos policiais militares que estão ocupando as favelas de Vigário Geral, Parada de Lucas e comunidades vizinhas. Quatro pessoas foram presas e um policial foi ferido levemente na mão durante troca de tiros. Mais de cem moradores de Vigário Geral, que foram expulsos de suas casas no sábado por traficantes, aproveitam a ocupação para retornar à favela e pegar alguns pertences. Eles estão abrigados numa creche na Favela do Dique, em Caxias.
Por determinação do secretário de Segurança Pública em exercício, Marcelo Itagiba, as favelas começaram a ser ocupadas por 120 homens da Polícia Militar, no início da manhã de ontem. A ocupação foi precedida de incursões feitas, de madrugada, por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que vasculharam as duas favelas, para garantir a segurança da operação.
O efetivo, que conta com policiais do 16.º BPM (Olaria), 14.º BPM (Bangu), 2.º BPM (Botafogo), 5.º BPM (Praça da Harmonia), 9.º BPM (Rocha Miranda), 6.º BPM (Tijuca), Regimento de Polícia Montada e Grupamento Especial Tático-Móvel, pode ser aumentado conforme a necessidade. Itagiba vai sobrevoar a Região de helicóptero às 11h30m.
Os moradores temem que os bandidos expulsos estejam se organizando para retomar o controle do tráfico no local e uma chacina possa acontecer a qualquer momento. Preocupada com a guerra do tráfico, iniciada no último sábado, a Anistia Internacional divulgou na quinta-feira uma nota na qual alerta para o risco de um “banho de sangue”, caso as autoridades não intervenham imediatamente para restaurar a ordem nas favelas de Vigário Geral e Parada de Lucas. Segundo a entidade, se não houver providências, será inevitável uma escalada na violência entre as quadrilhas rivais e muitas pessoas inocentes provavelmente morrerão.
Nos últimos dias, três homens foram mortos em confrontos com a polícia e sete pessoas detidas. Foram apreendidas oito armas, quatro carregadores de fuzil, uma granada, 211 sacolés de cocaína e 80 trouxinhas de maconha. O comandante do 16.º BPM (Olaria), coronel Celso Nogueira, disse que novas incursões podem acontecer.