A Polícia Civil da cidade paulista de Sertãozinho, na região de Ribeirão Preto, investiga a possível existência de um “tribunal do crime” no município de Pontal formado por “justiceiros”. Após mais de três meses de investigação, dois homens foram presos hoje, temporariamente, e outros dois são procurados com mandados de prisões já expedidos pela Justiça. O grupo pode ter sete ou oito integrantes.
A investigação começou depois da morte do ajudante de serviços gerais Paulo Garcia, de 37 anos, ocorrida em maio. O corpo dele foi encontrado num canavial de Cruz das Posses, distrito de Sertãozinho. Ele era apontado como autor de suposto abuso de duas filhas.
O delegado Targino Osorio, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Sertãozinho, informou que as investigações continuam e que a mulher de Garcia, Silvana, poderá até ser responsabilizada pelo crime. Ela identificou o corpo do marido em 11 de maio, após ficar sabendo do achado pela mídia regional. Silvana disse à polícia que o marido havia desaparecido no dia 6, após sair de casa. Os dois tinham voltado a morar juntos após um período de separação.
No entanto, Silvana mudou depois a versão, informando que Garcia tinha abusado sexualmente de duas filhas do casal, de 14 e 15 anos. As meninas primeiro confirmaram, mas depois negaram a informação diante de assistentes sociais da prefeitura. Irritada, Silvana confessou que pensou em matar o marido e, para isso, tentou comprar uma arma. Mas um homem indicou que o caso seria repassado a um “pessoal da Vila São Pedro”, que resolveria o problema.
Na noite de 7 de maio, Garcia teria sido levado por uns homens, assim como Silvana e as duas meninas, que ficaram em locais separados. Garcia teria confirmado os abusos aos homens, que mandaram embora as três mulheres. No domingo, o corpo dele foi encontrado no canavial. Outro caso semelhante também está sendo investigado – os suspeitos da autoria são os mesmos.
