A Polícia Civil de São Paulo investiga se houve omissão da avó materna no caso da menina Micaelly Luiza de Souza Santos, de 3 anos, que morreu após ser internada com sinais de espancamento. A mãe Isadora Pereira de Souza, de 20 anos, e o padrasto Ewerton Queirós Laurenço, de 30, suspeitos da agressão, estão presos temporariamente.
Micaelly ficou 13 dias internada no Hospital Municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista, zona leste da capital, onde a equipe médica identificou lesões suspeitas. Na ocasião, o Conselho Tutelar foi acionado e a polícia abriu investigação por maus-tratos.
A criança recebeu alta na segunda-feira, 18. No dia seguinte, o casal voltou a levá-la para o socorro, desta vez no Hospital Municipal Professor Doutor Waldomiro de Paula, o Planalto, em Itaquera, também na zona leste, mas a vítima não resistiu.
No período da internação, a Justiça de São Paulo passou a guarda da menina para a avó materna, Edith Pereira, que, no entanto, devolveu Micaelly para a mãe. Segundo a polícia, ela alega não ter entendido a decisão.
“Não sei se ela ingenuamente deixou que a mãe ficasse com a criança”, diz o delegado José Carlos Carrasco, titular da Seccional Leste. “Ela é uma pessoa muito humilde, tenho certeza que o Conselho Tutelar deu as explicações técnicas. Agora, (a avó) dizer que não entendeu (que estava com a guarda)… Isso vai ser investigado e, se houver participação dela, será responsabilizada dentro do que contribuiu para o fato.”
A polícia aguarda laudos técnicos para determinar as circunstâncias e a causa da morte de Micaelly. No momento, a tendência é que Isadora e Laurenço respondam a processo por homicídio.
A família paterna também relata que a menina teria se queixado de abuso sexual. Isso também deve ser confirmado pela perícia.
Segundo as investigações, Lourenço já tinha uma passagem por agressão contra uma ex-companheira. Ele e Isadora devem ficar presos por 30 dias – o prazo é prorrogável.
Também de acordo com a Polícia Civil, o casal teria tentando fugir do hospital após avistar a chegada de policiais militares, chamados após a constatação da morte de Micaelly. Na delegacia, os PMs contaram que cada suspeito tentou sair por uma porta diferente da unidade.
Os dois ainda não teriam constituído advogado, segundo à polícia. Em depoimento, eles negaram agressão e alegaram que a criança se machucou depois de cair e bater a cabeça em uma mesa.