A Polícia Civil vai investigar como o agricultor Júlio César Padilha, de 23 anos, morreu sem ser atendido diante do Hospital Santa Cruz, de Santa Cruz do Sul (RS), na noite de sexta-feira.
O jovem sofreu um acidente de motocicleta em Herveiras e foi levado por uma ambulância do município até Santa Cruz do Sul, a 50 quilômetros, onde o hospital dispõe de mais recursos para casos complexos.
No Pronto Atendimento do hospital um enfermeiro e um médico plantonista teriam informado que não receberiam pacientes de outros municípios. Só meia hora depois, diante da pressão, o ferido acabou sendo admitido no hospital. Em pouco tempo a família foi informada do óbito.
Diante do desfecho, policiais militares chamados pela família levaram o motorista da ambulância, a namorada da vítima, o médico e um enfermeiro imediatamente a uma delegacia para registro de ocorrência.
O médico e o enfermeiro alegaram que o jovem deu entrada no hospital sem vida. Testemunhas relataram terem visto Padilha agonizando nos braços da mulher, dentro da ambulância, enquanto esperava pelo atendimento que lhe era negado.
O delegado Márcio Nunes disse ao jornal Gazeta do Sul que se a perícia comprovar que o acidentado chegou com vida à porta do hospital, os responsáveis podem responder por homicídio, porque se recusaram a cumprir o dever do atendimento e assumiram o risco de deixar o ferido morrer.
A prefeitura de Santa Cruz do Sul, que contrata o hospital para atendimento aos pacientes do SUS, afirma que não há qualquer orientação para fechar as portas a pessoas de fora da cidade.