A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou o proprietário de uma pousada de luxo e um bombeiro hidráulico por homicídio pelas mortes de um casal de universitários ocorridas no estabelecimento em Brumadinho. Alessandra Paolinelli de Barros, de 22 anos, e Gustavo Laje Caldeira Ribeiro, de 23, foram encontrados mortos na cama de um chalé da pousada em março do ano passado, quando comemoravam um ano de namoro.
Segundo a polícia, eles morreram intoxicados por excesso de monóxido de carbono exalado para dentro do quarto por causa de uma falha na instalação do aquecedor a gás da banheira. De acordo com a delegada Elenice Ferreira, o equipamento foi instalado do lado de fora, como determina a lei, mas apagava constantemente por causa dos fortes ventos que assolam a região.
Para solucionar o problema, o proprietário contratou o bombeiro que, sem consultar nenhum engenheiro, sugeriu a construção de uma parede de alvenaria para cercar o aquecedor e a chaminé para liberação do gás foi removida. O monóxido de carbono, que não tem cheiro e causa sonolência e asfixia, entrou no quarto pelo sistema hidráulico da banheira, que, de acordo com a delegada, ficou ligada por cerca de dez horas.
O proprietário da pousada e o bombeiro foram indiciados por homicídio culposo – quando não há intenção de matar – por imprudência. De acordo com a delegada, o inquérito foi enviado à Justiça com uma recomendação ao Ministério Público para que seja feita fiscalização nesse tipo de estabelecimento para evitar outros casos do tipo.