Polícia indicia 6 por mortes em carnaval de Santos-SP

Seis pessoas, sendo três da administração municipal e três integrantes da escola de samba Sangue Jovem, foram indiciadas em inquérito policial como responsáveis pelas mortes registradas no último carnaval de Santos (SP), quando um carro alegórico atingiu a rede elétrica, deixando quatro mortos, eletrocutados. O acidente aconteceu na madrugada do dia 12 de fevereiro, logo após o desfile de duas escolas e no momento em que o carro deixava a concentração. Três jovens que empurravam o carro e mais uma moça, que assistia à movimentação na calçada de sua casa, foram atingidos e morreram na hora. Outras sete pessoas ficaram feridas.

De acordo com o delegado do 5º Distrito Policial, Antonio Carlos de Castro Machado Júnior, os indiciados responderão pelos crimes de homicídio culposo (sem intenção de matar) e por lesão corporal, em razão de terem agido com imprudência ou negligência. Por parte da prefeitura, foram indiciados o secretário de Cultura (Secult), Raul Christiano Sanchez; o chefe do Departamento de Eventos da Secult, Rafael Marinho Fernandes Leal Filho, e o servidor público Cézar Augusto Teireira Cantarino, que atua no setor de eventos da Secult desde 1973. Já os integrantes da Sangue Jovem são o presidente Luiz Cláudio de Freitas; o diretor geral da escola, Marco Antonio Villela dos Santos, e o diretor de Harmonia, Lucas Ferandes Bernardes Novaes.

Raul Christiano, que já havia deposto no 5º DP como testemunha, mostrou-se surpreso com a inclusão do seu nome entre os indiciados. Ele informou que já havia aberto uma sindicância para apurar as responsabilidades e só aguardava a conclusão do inquérito para concluir o trabalho. “Fiquei surpreso com as conclusões do delegado”, disse. Para o Machado Júnior, responsabilidades e omissões ficaram claras após análise do laudo pericial e a tomada de depoimentos dos integrantes da Sangue Jovem. Ele também destacou que o regulamento do desfile não definia de quem era a responsabilidade pelo deslocamento dos carros alegóricos, do final da concentração até a área em frente ao Cemitério Areia Branca, onde deveriam ficar estacionados.

O relatório final também demonstrou que não havia ninguém para orientar os condutores do carro, que tinham a visão prejudicada. No acidente, morreram três condutores do carro alegórico, que tinham idades entre 26 e 29 anos, além da jovem Mirela Diniz Garcia, de 19 anos, que estava na calçada de sua casa assistindo à dispersão dos carros.

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