Brasília – O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Francisco Garisto, anunciou ontem que os grevistas vão reforçar a operação padrão nos aeroportos de São Paulo e suspender a segurança de autoridades e de testemunhas. As medidas deverão ser adotadas como forma de pressionar o governo a garantir à categoria – que está em greve há 45 dias – o status de nível superior. Como conseqüência, os policiais terão reajustes de salário.
“Iniciamos e depois paramos a operação padrão porque temos consciência que causa transtornos”, afirmou Garisto ao comentar o procedimento adotado na greve que consiste em detalhada vistoria de bagagem e documentos dos passageiros, provocando grandes filas nos aeroportos. No entanto, o sindicalista afirmou que a operação deverá voltar a ser adotada em dias alternados.
O presidente da Fenapef também informou que os policiais federais poderão deixar de fazer segurança de autoridades e testemunhas. “Não vai ter segurança para mais ninguém”, afirmou. “Vamos tirar a segurança de todo mundo, inclusive do ministro da Justiça”, disse, acrescentando que 90% da categoria está em greve.
Garisto criticou o desempenho do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, nas negociações com os grevistas e no enfrentamento de crises como as ocorridas no Rio de Janeiro e em Rondônia. “Ele (o ministro) está fazendo um monte de asneira”, afirmou. O líder dos grevistas disse que nenhum policial mais será enviado para Rondônia. Ele contou que alguns foram liberados para viajar para o Estado “por razões humanitárias” no episódio da morte dos garimpeiros.