A Polícia Federal recebeu nesta quinta-feira (19) os documentos da defesa do presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que serão periciados no Instituto Nacional de Criminalística (INC) a partir de amanhã, após um mês de manobras protelatórias. Os documentos tentam provar a origem dos recursos com que Calheiros pagava pensão à jornalista Mônica Veloso, com a qual tem uma filha. O laudo, a ser entregue em vinte dias, é decisivo para o julgamento do processo que o senador responde no Conselho de Ética por quebra de decoro, sob a acusação de ter despesas pessoais, entre as quais a pensão da filha, pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior.

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Os documentos, entregues ontem em três pastas lacradas, foram repassados à PF pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Amanhã, os peritos conferem se estão completos e, nesse caso, começam imediatamente a perícia. Renan assegura que, ao final da análise sua inocência será comprovada.

No primeiro teste, em 19 de junho passado, porém, ele foi reprovado: laudo parcial produzido pela PF considerou a documentação – recibos, notas fiscais e Guias de Transporte de Animais (GTAs) – insuficiente para comprovar as operações com as quais o senador alega ter faturado R$ 1,9 milhões com a venda de gado nos últimos quatro anos.

Desta vez, Renan anexou novos documentos, conseguidos por aliados e advogados junto à Receita estadual e à Secretaria da Agricultura de Alagoas, para reforçar a defesa. Os peritos vão verificar se o senador adicionou os outros documentos pedidos, como o livro-caixa das suas propriedades rurais, GTAs que ficaram faltando na primeira inspeção e notas fiscais do ano de 2004. O laudo da PF deverá responder a 30 questões feitas pelo Conselho de Ética relacionadas à autenticidade dos documentos e legalidade das operações de venda de gado de Renan.

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