Rio de Janeiro – Até a tarde desta quinta-feira (27) foram presos, por agentes federais, seis dos oito suspeitos de integrar uma quadrilha que mantinha um escritório especializado em emitir falsos atestados médicos. A prescrição era usada pelos clientes do grupo para comprovar doenças e, assim, conseguir benefícios junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A estimativa é de que, ao longo de seus seis anos de funcionamento, o escritório tenha ajudado a desviar R$ 9 milhões dos cofres dos cofres públicos. Segundo o delegado responsável pela operação, Fernando César Araújo, a quadrilha não só emitia falsos atestados como também orientava seus clientes a respeito do comportamento que deveriam assumir durante as perícias do INSS.
"Eles orientavam o cliente a dizer, por exemplo, que tinha labirintite e explicavam que os sintomas da doença são tontura e cansaço. Os criminosos alertavam sobre o fato de que, nas perícias dessa doença, o médico solicita que o paciente faça a posição do quatro, com as pernas. A quadrilha pedia para que, nesse momento, os clientes simulassem tontura e caíssem em cima da mesa e até em cima do médico, para que ele acreditasse no golpe e concedesse o benefício por um bom tempo", explicou o delegado.
O escritório possuía mais de 200 clientes beneficiários do INSS que pagavam pelos serviços da quadrilha com parte do salário do auxílio-doença. Os valores variavam entre R$ 150 a R$ 400. Os suspeitos foram indiciados por formação de quadrilha e estelionato. Valéria Bersch, suspeita de chefiar o esquema, é acusada ainda de falsificação de documentos.
Além dos integrantes da quadrilha, também foram identificados 50 clientes, dentre os quais cinco já foram presos.