Rio de Janeiro – A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (5) no Aeroporto Internacional Galeão-Antonio Carlos Jobim sete angolanos por tráfico internacional de drogas. Segundo o chefe da PF no aeroporto, delegado Paulo Falcão, eles tinham ingerido entre 75 e 100 cápsulas de cocaína e estavam embarcando para Angola pela companhia aérea angolana Taag.
"Nós fazemos um trabalho de análise e perfil dos passageiros, verificamos o passaporte, o número de viagens feitas e a constância das viagens. É um grupo que tem já muitos anos [que fazem essa viagem] e nesta quarta-feira eles estavam embarcando com a droga. Nós já temos acompanhado esse tipo de tráfico há muitos anos. Eles vêm ao Brasil via Rio ou São Paulo e voltam com a droga muitas vezes já ingeridas e embarcam nos vôos da Taag, e dali eles distribuem o material principalmente para a Europa", explicou.
Segundo Paulo Falcão, agentes da PF disfarçados reforçam a vigilância nos vôos internacionais, principalmente os que vão para a África. "Nós vamos continuar monitorando, já pedimos a presença do cônsul de Angola para que seja feito um trabalho em conjunto com as autoridades do país.
A idéia é que Angola comece a fazer uma operação nos locais de chegada desses passageiros".
Ainda de acordo com o delegado, só nos últimos dois meses 30 angolanos que faziam o transporte de drogas para a África foram presos no embarque.
Paulo Falcão disse que essa forma de tráfico, com ingestão de cápsulas, tem sido muito comum, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.
O delegado não soube informar se esses grupos teriam alguma ligação com facções criminosas no Rio de Janeiro. Aparentemente, segundo o delegado, não foi constatada nenhuma relação.
Segundo o Relatório de Controle Internacional de Narcóticos, divulgado pelo Departamento de Estado norte-americano em fevereiro, o Brasil é um grande ponto de distribuição da cocaína produzida nos países andinos para a Europa e Oriente Médio.
O Relatório Mundial de Drogas, divulgado em 2007, pelo Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crime (UNODC) confirma essa posição do Brasil como rota do tráfico que sai da América Latina com destino a Europa via África.
Segundo a UNODC, a América do Sul é o foco da produção da folha de coca e a responsável por 51% de todas as apreensões no mundo.