Polícia Federal prende falsificadores de títulos

A Polícia Federal desarticulou na última sexta-feira (1º), com a Operação Bruxelas, uma quadrilha que vinha aplicando um golpe bilionário no exterior com títulos de crédito brasileiros falsificados. Foram presas 12 pessoas – cinco em São Paulo, quatro em Goiás e as demais no Distrito Federal, Paraná e Pará. Dois outros membros do bando, um deles português, estão sendo procurados no Brasil e no exterior. As investigações, que correm em segredo de justiça, prosseguem e outros envolvidos poderão ser capturados.

O golpe fez vítimas em pelo menos 20 países, até agora já mapeados com a ajuda da Interpol e de polícias estrangeiras, inclusive o FBI, dos Estados Unidos, país com o maior volume de prejuízo. A quadrilha vinha aplicando golpes desde 1996, mas o esquema só foi descoberto há pouco mais de um ano. Falsificados no Brasil, com a ajuda de dois falsários de Goiânia, os títulos eram vendidos a empresários e investidores de boa fé do exterior e também a golpistas, que reproduziam a fraude em outros países.

Os valores dos títulos falsos variavam de US$ 50 milhões a US$ 1 bilhão (quase R$ 2 bilhões). O requinte do golpe chegava a tal ponto que os membros da quadrilha falsificavam também os documentos de certificação internacional dos títulos, chamados Swift, da sigla em inglês Society for Wordwide Interb ank Financial Telecomunication e Euroclear. A quadrilha mantinha até um ?consultor? para responder aos e-mails de clientes com informações técnicas sobre os papéis.

Os títulos falsos eram negociados em nome de instituições financeiras brasileiras legítimas, com valor de face astronômico em dólares e euros. Os papéis não valiam nada, mas serviam num primeiro momento como garantia para obter crédito no exterior. Como são títulos de longo prazo, o esquema demorou a ser denunciado e descoberto. O golpe causou danos incalculáveis à credibilidade dessas instituições, cujos nomes são mantidos em sigilo para não prejudicá-las ainda mais. Entre os presos estão empresários, um funcionário federal e um advogado que intermediou operações na Dinamarca e nos Estados Unidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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