Dos 36 mandados de prisão preventiva da segunda fase da Operação Furacão, expedidos pela juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6º Vara Federal Criminal do Rio, 32 haviam sido cumpridos até o início da noite desta quarta-feira (20). Oito dos envolvidos já estavam presos desde abril e tiveram nova prisão decretada. Entre eles, estão os contraventores apontados pela PF como os "cabeças" da organização criminosa: Antônio Petrus Kalil, o Turcão, Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, e Aniz Abrahão David, o Anísio. Também fazem parte desse grupo Júlio César, secretário da Associação de Bingos do Rio, e o policial Marcos Bretas, o Marcão, que é ligado ao sobrinho do Capitão Guimarães e gerenciaria o pagamento de policiais. Os outros quatro foragidos ainda estão sendo buscados pela PF.
Os policiais presos na segunda fase da Operação Furacão recebiam mesadas da máfia que explora jogos ilegais no Rio. Entre eles estão dois delegados civis e um federal. Segundo o superintendente da PF no Rio, Delci Teixeira, os policiais federais envolvidos recebiam propinas mensais de R$ 5 mil. O delegado deu a entender que os policiais civis recebiam valores parecidos. As mesadas eram pagas aos policiais pelos contraventores em troca de proteção e de informações sobre a movimentação da polícia na repressão do jogo ilegal.
"O policial federal seria para informar quando seriam desencadeadas operações de repressão às máquinas de jogos eletrônicos e aí ele ganharia um volume ou uma parcela mensal", disse Teixeira. "Não posso dizer quanto é a propina de cada um, pois teria de individualizar cada caso", ressaltou. Segundo o superintendente, a investigação mostra que os policiais civis dariam proteção aos locais onde funcionavam as máquinas e seus exploradores.