Brasília – Policiais federais iniciaram ontem nova greve, desta vez por três dias, exigindo que o governo comece, já em 2007, a pagar a reposição salarial de 30% para a categoria, prometida em 2006, segundo os líderes do movimento, pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Para não favorecer a impunidade de acusados e suspeitos, o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ANDPF), Sandro Avelar, orientou a categoria a respeitar os prazos das investigações em andamento, como as das operações Hurricane (Furacão) e Navalha.
De acordo com a orientação de Avelar, os grevistas devem cumprir a legislação, que exige que se mantenham em atividade 30% dos efetivos, ou mais, em caso de necessidade. Segunda-feira, o governo propôs pagar a reposição em duas parcelas – uma em 2008 e outra em 2009. Os policiais consideraram ?inaceitável? a proposta apresentada. A proposta de paralisação por 72 horas teve aprovação unânime dos 14 mil agentes e delegados federais em todo o País. ?É uma forma de demonstrar ao governo que a categoria está coesa na luta pelo cumprimento de um acordo que reajuste em 30% os salários, no início deste ano?, disse Avelar.
Os grevistas também iniciaram uma operação-padrão nos aeroportos do País, pela qual os policiais federais cumprem todos os procedimentos de fiscalização em relação aos passageiros nos embarques para vôos nacionais e nos desembarques de vôos internacionais. Com isso, já ocorreram registros de atrasos de vôos, principalmente no aeroporto de Cumbica, em São Paulo. A próxima rodada de negociações entre os grevistas e o governo está prevista para amanhã.
No Paraná, agentes seguem movimento
Rosângela Oliveira
Foto: Chuniti Kawamura |
Policiais federais durante assembléia em Curitiba: adesão. |
Os policias federais do Paraná também aderiram à paralisação de 72 horas deflagrada ontem em todo o País. Até amanhã, todas as atividades como investigações, emissão de documentos e controle de estrangeiros ficarão suspensas. Só serão mantidos plantões em portos e aeroportos -mas com pessoal reduzido -, guarda de presos e emissão de passaportes em casos emergenciais – quem tem viagem marcada ou em casos de saúde. Em Curitiba, os federais permanecem concentrados na sede da rua Dr. Faivre.
Uma nova reunião entre representantes do governo e dos policiais federais acontece amanhã, em Brasília, e se não houver avanço nas negociações, a categoria pode decretar greve por tempo indeterminado. O presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná, Sílvio Renato Jardim, disse que os policiais do Estado irão acompanhar as decisões nacionais. ?Hoje (ontem), nós fizemos uma reunião só para avaliar a situação, já que a paralisação foi aprovada na semana passada. Se o governo não rever a posição, não descartamos uma greve geral?, falou.