A Polícia Federal de Londrina começou a cumprir ontem de manhã os 22 mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça Eleitoral do município em empresas que prestaram serviços ao Partido dos Trabalhadores nas últimas eleições. Os nomes e endereços das empresas foram fornecidos pela ex-assessora financeira do partido, Soraya Garcia, que denunciou a existência de caixa dois na campanha do prefeito Nedson Micheletti (PT) à reeleição, no ano passado.

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A PF busca documentos – notas fiscais, contratos e recibos – que poderiam comprovar as acusações da ex-colaboradora de campanha. O reconhecimewnto do material apreendido está sendo feito pela própria Soraya, na sede da PF. As empresas listadas se localizam também em cidades vizinhas a Londrina. Uma das vistoriadas no início da operação foi uma produtora de vídeo. O PT, segundo Soraya Garcia, teria gasto R$ 1 milhão na produção de programas de televisão para a campanha de Micheletti, apesar de declarar à Justiça Eleitoral apenas R$ 300 mil.

Os advogados do PT estão requerendo a suspensão do inquérito aberto em Londrina e sua transferência para o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, sob a alegação de que de o nome do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, está envolvido no caso. Na condição de ministro do Planejamento, Bernardo tem o direito de ser processado apenas na capital federal.

O presidente do diretório estadual do PT, deputado André Vargas, também citado pela ex-assessora, defende uma investigação profunda dos fatos, ao mesmo tempo em que aponta uma tendência a criminalização do partido através de uma onda de "denuncismo barato". Vê também uma participação do PSDB, através do deputado federal Luiz Carlos Hauly, em função do intenso clima de disputa entre as duas agremiações naquela cidade.

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