A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (28) uma quadrilha composta por 10 membros acusados pela prática de crimes de tráfico internacional de pessoas, prostituição e formação de quadrilha. Entre os detidos está a advogada Rose Mari Lima. As prisões foram feitas no Mato Grosso do sul, São Paulo e Maranhão. O delegado Otacílio Della-Pace, que coordenou a missão denominada Operação Sabinas, disse que no Brasil Rose Lima é considerada um dos tentáculos da máfia da prostituição com sede na Espanha. De Campo Grande, ela comandava o tráfico de mulheres na região do ABCD em São Paulo, Belém no Maranhão, Campo Grande e Dourados em Mato Grosso do Sul além de Assunção, Paraguai. O grupo faturava no mínimo, R$ 1 milhão por mês, segundo a PF.
A advogada era também a responsável pelos embarques de mulheres com idades variando entre 19 e 22 anos, para a Europa, onde são exploradas por um grupo de donos de boates, chefiado pelo espanhol Aldo Insluco. "Ela mantinha constantes contatos telefônicos com o espanhol e acompanhava as vítimas até o embarque para a Espanha ou Portugal, principalmente".
Della-Pace evitou revelar os nomes de todos os presos, esclarecendo que alguns casos são de famílias que usufruem a condição das vítimas, recebendo delas o dinheiro da exploração que sofrem no exterior. "Essas mulheres já chegam na Espanha devendo R$ 7 mil para os exploradores, valor cobrado pela viagem de ida. Em apenas duas boates espanholas, na região portuária de Almería, foram localizadas 60 mulheres escravizadas, 30 delas brasileiras". O nome da operação, foi inspirado na história sobre incursões que os romanos faziam para raptar mulheres Sabinas, no século V antes de Cristo.