Polícia erra e quatro passam um ano presos

Com a apresentação de três acusados de cometer um latrocínio em 2008, a Polícia Civil de São José do Rio Preto, a 440 km de São Paulo, revelou ontem que erros de investigação levaram à prisão quatro inocentes, que ficaram 13 meses atrás das grades acusados pela autoria do mesmo latrocínio. Os quatro, moradores em Tanabi, foram denunciados pelo Ministério Público e absolvidos pela Justiça em primeira instância. Mas dois deles – o pintor de parede José Prudêncio Diniz e o jogador de futebol Fernando Costa de Souza Mota – afirmaram ter sido espancados e torturados para confessar o crime. As denúncias estão sendo apuradas em processo administrativo pela Corregedoria da Polícia Civil.

O latrocínio aconteceu em 27 de maio de 2008, na zona rural de Mirassolândia, cidade vizinha a Rio Preto. O comerciante Antonio Assunção Filho, de 53 anos, voltava para casa com o dinheiro arrecadado no supermercado da família quando foi surpreendido pelos ladrões. Ele e o filho, Juliano Ricardo Freitas Assunção, de 28 anos, foram espancados e baleados. Juliano morreu. Semanas depois, a polícia prendeu Diniz, Mota, Luís Ricardo Bernardes e Marcelo Agradano como autores do crime. Os advogados de Diniz e Mota afirmam que vão ajuizar ações de reparação de danos morais contra o Estado.

O caso foi esclarecido pela polícia depois que um dos verdadeiros assaltantes foi preso, em novembro de 2009, com um dos celulares levados no assalto. Segundo o delegado José Augusto Fernandes, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Preto, que comandou as investigações, o acusado apontou uma ex-funcionária do supermercado, que confessou ter encomendado o assalto a quatro homens de Araraquara, onde ela morava. A ex-funcionária e dois comparsas estão presos e outros dois, foragidos.

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