Organizações não-governamentais (ONGs) classificaram de “revide” as operações policiais no Rio de Janeiro desde o dia 17 de outubro, quando ocorreu a queda de um helicóptero no Morro São João, nas imediações do Morro dos Macacos, que matou três tripulantes e desencadeou uma série de incursões da Polícia Militar (PM) em favelas cariocas. Um manifesto assinado por diversas entidades – entre elas Justiça Global, Grupo Tortura Nunca Mais e Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação – aponta que o governo do Estado age “de forma vingativa” e “manipula a reação pública” por meio do “pânico que oculta mortes, ferimentos, fechamento de escolas, creches, postos de saúde e comércio”.

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O documento aponta que a “política do confronto” busca respaldo “nos grandes acontecimentos esportivos previstos para ocorrer na cidade”. As entidades devem realizar um encontro hoje, no Sindicato Estadual dos Professores, para lançar o manifesto.

Desde a queda do helicóptero, 47 pessoas morreram nos confrontos. As últimas vítimas foram inocentes: Severino Marcelino dos Santos, de 49 anos, atingido por uma bala perdida no rosto na sexta-feira, durante operação policial na Vila Cruzeiro, na Penha (zona norte); e Ana Cristina Costa do Nascimento, de 24, baleada ontem no peito na favela Kelson’s, também na Penha. A filha dela, de apenas 11 meses, foi atingida no braço e corre o risco de ser amputada. As duas ocorrências envolvem o 16º Batalhão de PM de Olaria.

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