Rio (ABr) – O chefe de Polícia Civil do estado, delegado Álvaro Lins, disse que vai abrir sindicância para saber se houve falha na escolta do preso Marcélio de Souza Andrade, de 29 anos. Terça-feira, ele foi resgatado por homens armados, quando chegava ao fórum regional da Ilha do Governador, subúrbio da cidade. O chefe de Polícia Civil disse que vai apurar ainda porque o preso foi mantido na carceragem da Polinter (Polícia Interestadual) e não foi transferido para a Casa de Custódia de Bangu.
Na operação de resgate, foram assassinados os dois policiais civis responsáveis pela escolta: Fernando Guilherme Medeiros de Queiroz, de 53 anos e Luiz Hermes Ferraz Dantas, de 43. Os dois foram enterrados às 11h, no Mausoléu do Policial, cemitério Francisco Xavier, no Caju, zona portuária da cidade.
Na fuga, Marcélio de Souza Andrade pulou para um terreno da Aeronáutica, no Parque de Material Bélico da Força Aérea Brasileira (FAB). Houve um grande aparato policial com buscas na região e Marcélio acabou localizado na mata e morto em troca de tiros com a polícia, juntamente com outro homem que participou do resgate.
Outros dois traficantes que participaram da operação de resgate acabaram presos na mata no final da tarde de terça-feira. Ontem, pela manhã, os policiais realizaram novas buscas na região e prenderam mais um suspeito na mata. Ele afirmou que oito pessoas teriam participado do ataque ao carro de transporte de presos e que ainda há gente escondida na mata. As duas pistolas automáticas roubadas dos policiais e um fuzil ainda não foram recuperados pela polícia.
Sindicato denuncia
A diretora do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Cheila Masioli, afirmou ontem que é comum presos serem transportados sem escolta. Revoltada com a morte dos policiais, ela disse ainda que as armas dos policias falham com freqüência durante um tiroteio, assim como aconteceu na ação de bandidos que tentavam resgatar comparsas. Apenas os dois policiais assassinados faziam o transporte de sete criminosos. ?Os policiais estão sendo enviados para a morte. Existe diferença entre transporte de presos e escolta. Quando eles voltam para casa é por pura sorte. Na verdade, sempre se conta com a falta de organização dos criminosos, mas, se os bandidos pensassem um pouco mais nas investidas, seria fácil resgatar os presos?, disse.
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