Quatro escolas estaduais em Campinas (SP) foram desocupadas nesta quinta-feira, 27, depois de uma ação da Polícia Militar (PM), e 42 estudantes foram detidos. As escolas estavam tomadas por alunos em protesto contra a reforma no ensino médio do governo federal e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita pelos próximos 20 anos os gastos públicos, incluindo a área de Educação.

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Desde o início de outubro, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) tem fechado o cerco para conter protestos de estudantes e evitar nova onda de ocupações de escolas no Estado. Além dos quatro desocupados nesta quinta-feira, desde o início do mês houve ação policial em outros quatro colégios: dois na capital, um em Campinas e um em Sorocaba. Ao todo, pelo menos 110 estudantes foram detidos nas ações, feitas sem pedido de reintegração de posse.

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De acordo com um levantamento da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), pelo menos 1.177 instituições de ensino estão tomadas pelos estudantes em 19 Estados e no Distrito Federal.

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Dessas, 102 são universidades. As ações se concentram no Paraná, com 848 escolas. Com as desocupações de ontem, de acordo com o levantamento, São Paulo tem agora quatro escolas tomadas: na capital, em Cubatão, em Avaré e em Sertãozinho.

Nesta quinta-feira, os 42 alunos detidos nas quatro escolas de Campinas foram levados de ônibus à 2.ª Delegacia Seccional e aos 2.º e 4.º Distritos Policiais, para prestarem depoimentos – eles foram depois liberados. Não houve resistência à desocupação nem confronto entre os alunos e a PM. As aulas foram retomadas no período da tarde.

As escolas estaduais que estavam ocupadas eram a Ruy Rodrigues, desde segunda-feira; a Hugo Penteado Teixeira e a Carlos Alberto Galhiego, desde terça-feira; e a Antonio Carlos Lehman. A última estava tomada pelos alunos desde anteontem. Todas estão localizadas no distrito do Campo Grande. A reintegração das unidades foi acompanhada por advogados de movimentos populares e do Conselho Tutelar da Infância e da Juventude.

Sem incidentes

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que “as desocupações citadas pela reportagem foram realizadas com base em um parecer da Procuradoria-Geral do Estado, que garante a autotutela na reintegração de prédios estaduais pela PM”.

A secretaria afirmou ainda que a intervenção policial “foi acompanhada por integrantes do Conselho Tutelar de Campinas e não se registrou nenhum incidente, sendo restabelecida a ordem pública, com a preservação do patrimônio público e da integridade física e dignidade de todos os envolvidos”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.