A Polícia Militar recomendou que o governador do Rio, Sérgio Cabral, e os ministros Pedro Brito e Márcio Fortes não fizessem a viagem de trem que passou pelo Jacarezinho hoje. Segundo o comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Ubiratan Ângelo, o Batalhão de Polícia Ferroviária e a segurança do governador desaconselharam a passagem pela favela, uma das mais perigosas da cidade, sem medidas prévias de segurança, já que a ida até o Jacarezinho foi decidida apenas na manhã de hoje. Com a agenda atrasada, Cabral não embarcou. Os ministros e o secretário de Transportes, Júlio Lopes, confirmaram ter recebido o alerta, mas decidiram ir assim mesmo.

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"Nós sabemos que é perigoso, mas não acreditamos que eles fariam o que fizeram", disse Lopes. "Nos avisaram que poderia haver alguma repercussão, tendo em vista que era um carro diferente dos de carga. Foi uma decisão minha embarcar", afirmou o ministro Márcio Fortes. "A recomendação foi para a comitiva. O governador, não sei se por opção pessoal ou por motivo de agenda não foi. Como policiais, temos que recomendar a devida cautela para que autoridades transitem em determinadas áreas e isso foi feito. Antes de proteger o governador, temos que proteger o cidadão", disse o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

Segundo o Palácio Guanabara, o governador só não acompanhou os ministros na viagem porque já estava atrasado para um encontro com um grupo de empresários. Ao saber do incidente, Cabral interrompeu a reunião para determinar a Beltrame "máxima energia diante da ousadia dos criminosos", informou nota de sua assessoria. Os responsáveis pela segurança da comitiva, que reagiram aos tiros dos criminosos do Jacarezinho, eram policiais militares. A Superintendência da Polícia Federal no Rio informou que os dois ministros não requisitaram agentes federais para sua segurança durante a visita à cidade, como têm direito. "Eu não uso segurança, ando sozinho em qualquer lugar, inclusive nas favelas", confirmou Márcio Fortes.

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