A Polícia Civil investiga o que pode ser o segundo caso de morte por dengue no Estado do Rio este ano. O inquérito vai apurar se Yasmim Victória da Silva Gonçalves, de 12 anos, morreu devido a falhas no atendimento público de saúde. Ela morreu quatro dias após ser diagnosticada com dengue e liberada pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Infantil de Duque de Caxias, cidade na Baixada Fluminense.
Yasmin foi ao posto no último dia 4. Sentia dores. A UPA liberou a menina por não ter sido verificada “sintoma de gravidade de dengue”, segundo nota da Secretaria de Saúde de Duque de Caxias. No dia seguinte, ela voltou à unidade, ainda com dores. Novamente foi liberada para casa.
Como os sintomas pioraram, a mãe, Andressa Barros, resolveu levar Yasmim ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Segundo Andressa, a menina chegou ao local vomitando sangue. Yasmin foi transferida para o CTI do Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul. Morreu em menos de 24 horas.
Segundo a Secretaria de Saúde do Rio, Yasmim chegou ao Miguel Couto “com quadro de saúde muito grave”. “A paciente apresentava hemorragia pulmonar, com leucopenia severa (redução no número de leucócitos no sangue) e trombocitopenia (redução do número de plaquetas no sangue) indicados nos exames realizados no hospital”, informou em nota.
A Secretaria de Saúde de Duque de Caxias informou que cumpriu todo o protocolo para o diagnóstico de dengue e que no dia 4 realizou exames de raio X e hemograma completo na paciente.
“O exame apontou que não havia sintoma de gravidade de dengue, já que o hemograma se encontrava normal. A menor, clinicamente, tinha condições de tratamento domiciliar, já que não apresentava nenhum sintoma de gravidade, sendo orientada a usar medicamentos sintomáticos e hidratação oral (soro caseiro), além de retornar para acompanhamento médico”, informou, em nota, a secretaria.
Segundo a secretaria, no dia seguinte foi feito um novo hemograma completo na paciente, cujo resultado novamente não constatou sintomas graves de dengue. “A paciente foi novamente examinada e orientada para que retornasse àquela unidade para dar continuidade ao acompanhamento médico. Nas duas ocasiões o quadro de saúde de Yasmim Victoria era estável, segundo os médicos que realizaram os atendimentos, não apresentando sintomas de sangramento (hemorragia gengival, sangramento nasal entre outros sintomas).”
A secretaria divulgou que aguarda laudo do Instituto Médico Legal (IML) para abrir sindicância sobre o atendimento e procedimentos adotados em relação a Yasmim. Segundo a delegada da 59ª Delegacia (Duque de Caxias), Juliana Amorim, investigações estão em andamento e diligências são realizadas em busca de esclarecer as circunstâncias da morte.