“A lei nos permite também que vocês não tomem as ruas.” Foi desta forma que o tenente-coronel José Eduardo Bexiga, comandante da operação para o protesto na Avenida Paulista, encerrou o diálogo com os manifestantes na Praça do Ciclista, palco do 11° ato Não vai ter Copa. A praça está cercada por PMs do Choque e da Cavalaria. Cerca de 200 pessoas participam do ato. A manifestação foi marcada para a tarde desta segunda-feira, 23. Cerca de 40 cavalos da PM ocuparam a avenida nos dois sentidos, por volta das 16h. Os policiais isolam os manifestantes em uma faixa da avenida, entre as ruas Bela Cintra e Consolação. Um grupo de ativistas está jogando futebol na via.

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Por volta das 16h15, um observador legal do coletivo Advogados Ativistas, que acompanha a manifestação, foi detido pela polícia na esquina da Rua da Consolação com a Vinícius de Moraes e levado em uma viatura para o 78º DP. A polícia não informou o motivo da detenção, mas um dos colegas, o advogado ativista André Zanardo, disse que a polícia alegou a ele que o detido portava drogas. “Não é possível um observador legal tão bem preparado estar portando drogas”, disse. Zanardo classificou a detenção como opressiva em meio a uma manifestação pacífica.

Enfrentamento.

O professor Rafael Marques, de 29 anos, que enfrentou a polícia na manifestação da abertura do Copa e foi baleado a queima roupa com balas de borracha, está empolgado com a presença ostensiva da PM. “Vou poder enfrentar a cavalaria. Será um prazer para mim reencontrar colegas e lutar contra eles”, afirmou. Marques é ex-oficial da Cavalaria.

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No dia da abertura da Copa, além de ser baleado, ele também recebeu uma borrifada de spray de pimenta nos olhos.

Cerca de 200 manifestantes estão concentrados na praça. O grupo está classificando a ação do Estado como “terrorismo psicológico”. Para Rafael Padial, 26 anos, a PM não vai deixar a manifestação seguir. “Eles simplesmente vão amedrontar todo o ato como fizeram na abertura da Copa”, afirmou. O tenente-coronel Bexiga obrigou os ativistas a informar o itinerário da manifestação. O pedido foi negado. “Para negociar trajeto tem que ter respeito da parte deles com a gente. Manter isso em segredo é um direito nosso”, afirmou o ativista que se identificou apenas como Snap Fawkes, de 37 anos.

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