Polícia barra fiéis em ato pelas vítimas da tragédia

O culto ecumênico em homenagem às vítimas do acidente aéreo em que um avião da TAM se chocou com o edifício da TAM Express e de seus familiares terminou com um momento de constrangimento. Ao fim do ato, participantes do evento iniciaram uma caminhada para depositar flores junto aos escombros do acidente. Mesmo com o pedido do presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) Roberto Salvador Scaringella, a Polícia Militar impediu a aproximação dos fiéis, que chegaram a avançar poucos metros além do cordão de isolamento, mas foram obrigados a recuar, por motivos de segurança.

O Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, o bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Dom Pedro Luiz Stringhini, e o pastor Elias, da Igreja Presbiteriana, acompanhados por representantes do judaísmo, xamanismo e budismo, entre outras religiões, que estavam com quase 50 fiéis, tiveram de bolar uma estratégia para depositar as flores. Scaringella, que tinha acesso livre ao local do acidente, ofereceu-se para levar as flores e desceu até o lugar sozinho, acompanhado apenas por policiais militares.

Dom Odilo, entretanto, não quis polemizar. "Nós respeitamos as medidas de segurança de quem está trabalhando e tentando fazer a sua parte no trabalho de recuperação dos corpos e demais serviços que ainda são necessários", disse. Durante a celebração Dom Odilo disse que o ato era uma manifestação de solidariedade de diversas comunidades religiosas às vítimas e seus familiares. "Estamos aqui para prestar solidariedade a todos. Isso nos atinge, mas não há sofrimento para quem crê em Deus e é religioso", disse.

"O ato é uma bênção de paz e solidariedade aos atingidos pelo acidente. Uma bênção sobre a nossa situação de desenvolvimento com segurança no tráfego aéreo em nosso País", comentou o padre Elias, da Igreja Presbiteriana. O Arcebispo de São Paulo disse também que não bastava saber os motivos do acidente, mas também atuar para que os riscos de novas tragédias fossem prevenidos e diminuídos. "A questão da segurança deve ser levada muito a sério em todas as situações da vida, mesmo quando estamos em um momento de desenvolvimento econômico e de crescimento pela demanda dos serviços. A atenção à vida nunca deve ser diminuída" declarou.

Ele cobrou empenho do governo federal para resolver a crise aérea. "É o que toda a sociedade está pedindo, que se procure resolver da melhor forma possível a questão dessa crise aérea, que já esta durante meses", acrescentou. "Buscamos respostas prontas, claras e seguras, além de diálogo com a sociedade", ressaltou o padre Elias. Após o ato, os religiosos foram até o saguão do Aeroporto de Congonhas, próximo à área de check-in das companhias aéreas, rezaram um Pai Nosso, com a participação dos passageiros que aguardavam na fila, e fizeram um minuto de silêncio em memória às vítimas.

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