A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a morte do eletricista Lucas Apolinário Faria, de 31 anos, registrada na manhã de sexta-feira (1) em Restinga (SP). Ele capotou sua caminhonete pouco depois de ser parado numa blitz da Lei Seca. Levado à delegacia local, ele pagou R$ 800 de fiança – dinheiro que teria obtido com um amigo, e foi liberado.
A caminhonete foi entregue à técnica em agropecuária Aline Moura Sanches, amiga do rapaz. Ela conta que havia tomado três latas de cerveja e que ninguém pediu que também fizesse o teste do bafômetro como manda a lei. Ela então saiu dirigindo o veículo e parou em sua casa para pegar uma bolsa, pois levaria o companheiro alcoolizado até sua casa em Franca, a 10 quilômetros de Restinga.
Quando ela desceu para pegar a bolsa, o amigo teria pulado para o banco do motorista e partido em alta velocidade. Mas no quilômetro 7 da rodovia Nestor Ferreira acabou capotando o veículo. Lucas Apolinário Faria morreu na hora. Antônio Apolinário Faria, pai do rapaz, culpa a polícia por ter liberado o carro do filho. “Eles soltaram o meu filho para matar ou morrer. Ele morreu, mas também poderia ter matado alguém”, disse, indignado.
Por lei, o carro poderia ser liberado, mas o novo condutor deveria ter feito o teste para ver se também havia ingerido álcool. O tenente Fábio Luiz Soares, da Polícia Militar de Restinga, porém, diz que ela fez o teste. O caso deverá ser esclarecido durante as investigações. O delegado de Restinga, Eduardo Lopes Bonfim, disse nesta segunda-feira que a PM é quem faz o teste e que encaminhou ofício à corporação pedindo o relatório com o registro que é elaborado quando alguém sopra o bafômetro.