A Polícia Civil do Rio anunciou nesta segunda-feira, 14, ter identificado um suspeito de participar do ataque a tiros contra a deputada estadual delegada Martha Rocha (PDT). Primeira mulher a chefiar a Polícia Civil do Estado, nos anos 1990, a parlamentar teve seu carro atacado a tiros de fuzil no domingo pela manhã, quando ela ia com a mãe e o motorista para uma igreja na Penha, na zona norte do Rio. Oficialmente, a principal linha de investigação trata o caso como tentativa de latrocínio, mas não está descartada a hipótese de ação de milicianos.

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O caso está a cargo da Delegacia de Homicídios (DH) do Rio, que mantém o nome do suspeito sob sigilo para não atrapalhar as investigações. O homem teria ligação com o tráfico de drogas na Vila Cruzeiro, também na zona norte. Ele tem mandado de prisão em aberto por roubo de veículo – o carro descrito é semelhante ao que foi utilizado na ação de domingo.

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O crime aconteceu em uma via da Penha. O veículo emparelhou com o automóvel onde estava Martha Rocha, e o criminoso colocou parte do corpo para fora, quando teria anunciado um assalto. O motorista da delegada, que é policial militar reformado, acelerou o veículo, quando começaram os disparos. Ele acabou ferido na perna, mas passa bem.

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Martha Rocha prestou depoimento na DH ainda no domingo, e relatou ter recebido ameaças de morte vindas de um grupo miliciano no início de novembro do ano passado. Segundo ela, a ameaça chegou três vezes, via Disque-Denúncia, e foi comunicada às autoridades de segurança. Apesar disso, oficialmente a principal linha de investigação trata o crime como tentativa de latrocínio.

A deputada prefere cautela ao comentar a possível causa do ataque.

“Sobre a motivação do crime, eu só tenho a dizer que confio muito no trabalho da Polícia Civil. Somente as investigações vão apontar se foi uma tentativa de assalto ou de execução”, escreveu nesta segunda, em uma rede social.

Pela manhã, Martha Rocha participou da cerimônia que marcou a recondução de Eduardo Gussem à chefia da procuradoria-geral de Justiça do Estado do Rio. Em seu discurso, Gussem citou a ação das milícias no Rio de Janeiro e fez menção ao ataque sofrido pela parlamentar um dia antes.

“Não tenho dúvidas em afirmar que o caso Marielle Franco e Anderson Gomes – assassinados em março do ano passado – está relacionado a essas organizações criminosas”, disse o procurador. “Espero que o fato lamentável ocorrido com a deputada Martha Rocha, a quem dou minha solidariedade, não seja mais um capítulo dessa história.”

A delegada passou a andar em veículo blindado no fim do ano, depois das ameaças sofridas em novembro. Agora, ela contará também com escolta fornecida pelo Estado.