Polícia afasta membros suspeitos de tortura no Rio Grande do Sul

O comando da Brigada Militar (a PM gaúcha) comunicou nesta quarta-feira (2) o afastamento de sete policiais, entre eles quatro oficiais, por suspeita de tortura a jovens após a morte do sargento Luiz Ernesto Quadros Mazui na madrugada da última quinta-feira em Flores da Cunha, a 146 quilômetros da capital, na serra gaúcha. O comandante-geral da BM, coronel Nilson Nobre Bueno, disse que a decisão foi baseada na existência de agressão e no reconhecimento de vítimas e testemunhas aos soldados que estiveram no local.

O afastamento irá perdurar durante a apuração do caso em inquérito policial militar, que tem prazo de 40 dias, prorrogáveis por mais 20. Durante este período, eles não poderão exercer atividades de policiamento de rua. Se forem indiciados e considerados culpados, os envolvidos estão sujeitos a prisão de quatro a oito anos e perda da função pública, descreveu o comandante. O corregedor-geral da BM, João Batista Gil, informou que dez pessoas (entre policiais, vítimas e testemunhas) já foram ouvidas nos últimos dias como parte do inquérito.

As agressões teriam ocorrido na casa do gesseiro Valdir Garcia de Moura, que confessou ter atirado no sargento, alegando legítima defesa. A operação que se seguiu à morte do soldado envolveu cerca de 40 policiais e as agressões teriam sido feitas enquanto a BM tentava obter informações sobre o paradeiro do suposto responsável pela morte do colega. Moura se apresentou à polícia na sexta-feira. Conforme a BM, quatro jovens teriam sofrido agressões.

O corregedor disse que a expectativa é concluir o inquérito dentro do prazo mínimo, mas ponderou que o caso é complexo. O afastamento dos policiais foi uma decisão administrativa para preservar a instituição e facilitar o andamento das investigações, acrescentou Gil.

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