Polícia acredita que repórter da Globo está morto

O chefe de Polícia Civil, delegado Zaqueu Teixeira, afirmou hoje que depoimentos detalhados de testemunhas indicam que o repórter da Rede Globo Tim Lopes, de 51 anos, ?não está mais vivo?. O delegado, no entanto, disse que a polícia continuará a fazer buscas nas favelas do Complexo do Alemão, na zona norte, enquanto não forem encontrados o corpo e os criminosos. No início da tarde, pelo menos 200 pessoas, a maioria jornalistas, fizeram uma manifestação no centro da cidade em que pediram mais empenho das autoridades nas investigações sobre o desaparecimento de Lopes. Durante o protesto, o secretário da Segurança Pública, Roberto Aguiar, chegou acompanhado de Teixeira e do comandante da Polícia Militar, coronel Francisco Braz.

Ele aceitou a proposta, feita por jornalistas, de se criar uma comissão independente para o acompanhamento das investigações policiais sobre o caso. O chefe de Polícia disse que o trabalho de Lopes para levantar informações sobre bailes funk promovidos por traficantes da favela Vila Cruzeiro é parecido com o de uma infiltração policial. ?O que ele estava fazendo, meus policiais já fizeram, e morreram em ação. Essa é uma operação de alto risco?, afirmou.

Segundo ele, policiais infiltrados se cercam de cuidados e de esquemas alternativos, no caso de a operação sigilosa falhar. Para o delegado, Lopes estaria a salvo se tivesse tomado a precaução de comunicar à polícia que estava numa reportagem de risco. ?Eu conhecia o Tim. Se ele tivesse avisado, uma equipe de policiais estaria alerta para o caso de ele não voltar no horário combinado. Mas a polícia não teve a oportunidade de resgatar Lopes. Essa foi uma responsabilidade que ele assumiu para si. E agora é nossa responsabilidade trazê-lo de volta?, afirmou Teixeira.

Tim Lopes desapareceu na noite de domingo na Vila Cruzeiro, depois de visitar a favela pela quarta vez. Ele havia combinado um encontro com o motorista de uma cooperativa contratada pela Rede Globo, mas não apareceu no horário marcado. A polícia só teria sido avisada no dia seguinte. ?Soubemos tarde demais, perdemos um tempo precioso?, afirmou Teixeira.?

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