A polícia do Rio encontrou na manhã de hoje um tronco humano na Baía de Guanabara. Há suspeitas de que o corpo seja de Raphael Rodrigues da Paixão, 26, o DJ Chorão. A polícia diz acreditar que ele foi morto pelo “tribunal do tráfico”. O DJ desapareceu na madrugada do último sábado.
O corpo foi localizado próximo da ponte velha da ilha do Governador e levado para o IML (Instituto Médico Legal) do Rio para exame de DNA. O material genético de Jorgenete Rodrigues da Paixão, 40, mãe do DJ, deve ser colhido na próxima segunda-feira. O laudo ficará pronto depois de aproximadamente 15 dias.
Segundo o delegado José Pedro Costa da Silva, da 21ª DP (Bonsucesso), o trabalho de inteligência e os testemunhos colhidos na favela Parque União, no Complexo da Maré, zona norte do Rio, não deixam dúvidas de que Chorão “foi morto pelo tribunal do tráfico na madrugada de sexta para sábado”.
Moradores contaram à polícia que o DJ foi levado à força de sua casa para um campo, torturado, morto e esquartejado. Os pedaços do corpo foram então jogados ao mar.
Natural de Belford Roxo, o DJ morava há muitos anos na Maré. Com a música, acabou ganhando independência e tocando em comunidades que não eram dominadas pela mesma facção. Embora isso incomodasse os traficantes, a sentença de morte teria sido dada porque o Comando Vermelho acreditava que Chorão estava passando informações sobre a comunidade para o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).
O DJ era dado como desaparecido desde anteontem, quando sua mãe registrou queixa na polícia. O carro de Chorão, um Pálio, ainda não foi encontrado.
O caso está sendo transferido para a Divisão de Homicídios.
