Se a queda na desigualdade de renda do País desacelerou em 2012, no Nordeste, houve concentração. O Nordeste foi a única região onde o Índice Gini (quanto mais perto de 1, maior a concentração de renda) do rendimento do trabalho piorou, subindo para 0,529 em 2012, ante 0,520 em 2011. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Em 2012, a renda real do trabalho do 1% mais ricos no Nordeste foi 154 vezes superior à dos 10% mais pobres, um salto ante as 130 vezes de 2011. Maranhão e Piauí têm os piores Índices Gini do País, com 0,633 e 0,568, respectivamente.
“O Índice Gini do Nordeste tinha caído muito. Agora, apresentou esse aumento”, diz Maria Lucia Vieira, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, creditando o movimento ao crescimento da renda no topo da pirâmide social.
Na média, o rendimento real mensal do trabalho cresceu mais no Nordeste do que no País como um todo, com alta de 8,1%, para R$ 1.044,00, mas ainda muito abaixo da média nacional.
No entanto, a discrepância de ritmos entre base e topo da pirâmide social no avanço dos rendimentos foi ainda maior que no plano nacional: entre os nordestinos, o rendimento médio real dos 10% mais pobres ficou em R$ 107,00, alta de só 1,9%, enquanto para os 1% mais ricos foi de R$ 16.481,00, avanço de 20,7%.
Quando se considera o Índice Gini do rendimento de todas as fontes (não só do trabalho), houve piora, além do Nordeste, na Região Sudeste. Norte e Centro-Oeste melhoraram, enquanto no Sul não houve alteração significativa. Por essa ótica do Gini, o indicador nacional caiu muito pouco, de 0,501 para 0,500.