Rio (AE) – Nove policiais militares do Grupamento Especial Tático-Móvel (Getam) foram presos administrativamente ontem sob a acusação de torturar um jovem em São Gonçalo, no Grande Rio. A Secretaria de Segurança Pública pediu a prisão preventiva dos policiais à Auditoria da Justiça Militar.
O rapaz jogava bola com amigos no sábado passado, numa quadra do bairro Arsenal, quando policiais do Getam chegaram ao local. O jovem e seus amigos foram revistados pelos policiais, que informaram ter recebido denúncia de que havia tráfico de drogas na quadra.
O jovem disse que foi colocado no carro da polícia e levado para a localidade conhecida como Água Mineral. Ele contou que foi torturado com um alicate e que recebeu golpes de madeira, além de ter sido ameaçado de morte. O rapaz disse que foi solto pelos PMs com o compromisso de conseguir dinheiro para pagá-los em três dias.
O jovem torturado é filho de um diretor do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais da Saúde e da Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindisprev). A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) e a deputada Iriny Lopes (PT-ES), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, encaminharam a denúncia à Secretaria de Estado de Segurança na noite de quarta-feira. Quinta-feira, o rapaz foi ouvido na 2.ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar e reconheceu dois dos nove policiais militares. O comandante-geral da PM, coronel Hudson Aguiar, determinou a prisão administrativa dos nove PMs e a abertura de inquérito policial militar.