Os policiais militares Jorge Kazuo Takiguti e João Bernardo da Silva, os “Highlanders”, foram absolvidos, nesta madrugada, da acusação pela mortes de Roberth Sandro Campos Gomes, de 19 anos, o “Maranhão”, e Roberto Aparecido Ferreira, de 20, o “Bebê”. O julgamento começou às 10 horas de ontem e durou mais de 14 horas, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. A absolvição foi por 4 votos a 2.
As vítimas teriam sido sequestradas pelos PMs no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, na madrugada de 6 de maio de 2008. Os corpos dos dois jovens foram encontrados decapitados em Itapecerica da Serra. Outro acusado, Jonas Santos Bento, que deveria ter ido a júri também não foi julgado pois seu advogado não compareceu à sessão alegando problemas de saúde, e seu julgamento foi remarcado para o dia 1º de novembro. O nome do grupo – Highlanders – faz alusão ao filme de mesmo nome no qual as vítimas eram decapitadas.
Segundo a denúncia do Ministério Público, os réus teriam obrigado Ferreira e Gomes a entrarem na viatura policial e levados para local ermo, onde foram assassinados. De acordo com os promotores do Ministério Público, Salmo Mohmari dos Santos Junior e Marcos de Matos, que ofereceram a denúncia, os PMs “agiram como justiceiros, em atividade típica de grupo de extermínio”. Segundo a denúncia, Gomes e Ferreira foram executados porque supostamente estavam envolvidos com tráfico de drogas.
Os PMs estavam presos preventivamente há mais de dois anos no presídio Romão Gomes Pinto. Segundo a defesa, outros três policiais militares assumiram a autoria dos crimes, mas recorreram ao Tribunal de Justiça. O julgamento deles está marcado para ser realizado em setembro.