O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, revelou ontem a intenção do PMDB de receber a filiação da senadora Roseana Sarney. Segundo ele, ainda não houve nenhuma conversa com a senadora e, por enquanto não é possível afirmar se ela vai se filiar ao partido.
Brasília – "Hoje a senadora não é filiada ao PMDB, mas nós estenderemos tapete vermelho na hora em que ela quiser se filiar. O PMDB ficará orgulhoso em ter a senadora em seus quadros", afirmou. Sobre a reforma ministerial, Eunício explica que ainda não possui indicação para mudar de ministério, mas se diz satisfeito em sua pasta. Segundo o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve promover na próxima segunda-feira uma reunião para discutir a participação do PMDB no governo com a reforma ministerial.
Assim que receber convite do presidente Lula para ocupar um ministério, o que já é dado como praticamente certo, a senadora Roseana Sarney (MA) deve comunicar ao PFL sua desfiliação do partido. A intenção inicial da ex-governadora era ficar sem partido por alguns meses, mas está sendo orientada por amigos e auxiliares a adotar uma nova legenda tão logo seja concretizada sua ida para o governo Lula. Roseana ainda não se decidiu pelo PMDB porque avalia as vantagens e desvantagens de estar no mesmo partido do pai. Se for para o governo e, em seguida, para o PMDB, Roseana não será contada como da cota do partido no ministério de Lula. Trata-se de uma escolha pessoal do presidente.
A saída da senadora do PFL foi defendida nesta quarta-feira pelo presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen (SC). Bornhausen garantiu que a saída de Roseana não enfraquece o partido, que é de oposição. Segundo ele, a senadora não está acompanhando as decisões e não está votando com o partido no Congresso. "A saída da Roseana não enfraquece o partido porque ela já não estava votando com o partido", disse.
Lula ainda não bateu o martelo na reforma ministerial. Ele quer definir o assunto com calma. Por enquanto, tem conversado com pouca gente e mantém o jogo político bem guardado. O anúncio dos novos ministros seria feito, provavelmente, em fevereiro, quando retornar das viagens que fará ao Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, e ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suiça. O presidente tem dito que precisa melhorar o desempenho de alguns ministérios, diminuir o espaço do PT, incluir o PP e fortalecer o PMDB. O partido deve ter um ministério com mais recursos. E o mais cotado para o cargo é Eunício Oliveira, hoje ministro das Comunicações.
O líder do PP, Pedro Henri, também deve virar ministro. O presidente diz que não vai abrir mão do ministro das Cidades, Olívio Dutra, no governo. Ainda de acordo com o telejornal, Lula não está satisfeito com o desempenho da Saúde e da Previdência. As conversas sobre reforma ministerial continuam. "O presidente disse que na próxima semana nos chamaria para que nós conversássemos mais objetivamente sobre esse assunto", afirmou o senador José Sarney, presidente do Senado.
